quarta-feira, 12 de outubro de 2011

carta de leitores



O que o aluno poderá aprender com esta aula?
Conhecer a função comunicativa do gênero carta do leitor, publicada em jornais;
ler diferentes cartas sobre o mesmo tema;
aprender a estrutura composicional do gênero carta do leitor;
reconhecer o espaço do jornal em que a carta do leitor é publicada;
produzir uma carta para ser publicada no jornal escolar, depois de ler uma notícia ou reportagem nele publicadas.

Duração das atividades
três ou quatro aulas de cinquenta minutos cada.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
O aluno de ser capaz de:
 ler textos de média complexidade lexical;
localizar informações no texto;
fazer, no mínimo, inferências simples;
saber o que é um texto de opinião.
Estratégias e recursos da aula
Atividades em pequenos grupos em sala de aula
xerox de cartas dos leitores, retiradas do jornal Folha de São Paulo   
 laboratório de informática  
datashow 
Atividade 1  - Atividade oral
Primeiro momento: motivação
Professor, para introduzir o tema, disponha a turma em círculo e promova uma conversa, indagando:
A) Você e sua família têm o hábito de ler jornais em casa? Que jornais vocês conhecem? Jornal impresso ou da internet?
B) Vocês sabem que partes compõem um jornal?   
Você poderá levar diferentes jornais para a sala de aula e mostrar aos alunos que partes os compõem; ou ainda, no laboratório de informática orientar os alunos para acessar jornais online, para que eles conheçam este tipo de publicação. Permita que eles conheçam jornais de diferentes estados e países e leiam as notícias pelas quais se interessarem. Para isso, oriente-os a acessar:
Atividade 2 -turma em círculo
Selecione cartas dos leitores de revistas ou jornais, como, por exemplo, do Jornal Folha de São Paulo ou de outro jornal em que foram publicados temas que causaram polêmica na mídia. Como exemplo, sugerimos abaixo atividades de leitura de três cartas de leitores, retiradas do Jornal Folha de São Paulo, que abordam sobre o mesmo tema.
Professor, (antes de entregar a carta aos alunos, que poderá ser xerocada) para criar um "clima" de informalidade, disponha a turma em círculo e promova uma conversa a partir das questões: 
1- Alguém de vocês já foi vítima de algum preconceito? Como isso aconteceu?    
2- Quais são as diferentes formas de preconceito que vocês podem perceber em nossa sociedade?
3- Em que situações se manifestam essas formas de preconceito? Em uma situação de trabalho, familiar ou em outras circunstâncias?
4- Como você daria "a volta por cima" se fosse vítima de algum tipo de preconceito?
Neste momento, a maioria dos alunos relata situações em que amigos, parentes e conhecidos vivenciaram manifestação preconceituosa. Este assunto propicia ao grupo expressar opiniões e julgamentos das situações narradas e também travar discussões sobre o comportamento preconceituoso existente em nossa sociedade. Esta é uma atividade oral interessante, pois prepara o aluno para a produção de um texto escrito de opinião.  
Atividade 3 
1º Momento: atividade individual
Leitura silenciosa para percepção do sentido global dos textos 
Entregar xerox de três cartas de leitores aos alunos, retiradas do Jornal Folha de São Paulo, publicadas em diferentes datas.  
Seguem as cartas:
Carta do leitor 1
1 - O preconceito contra ritmos populares, como o pagode, implícito na opinião de Tom Zé, reflete outros preconceitos: de classe, de cor e de cultura ( Jornal Folha de São Paulo, Ilustrada, 30/3). O povão canta aquilo que entende. Metáfora e versos mirabolantes, os do Chico Buarque, por exemplo, falam de um amor intelectualizado, para doutores entenderem. Os pagodes falam do cotidiano, numa linguagem simples, para pessoas descomplicadas, mas nem por isso menos inteligentes. A arte engajada sabe ser desagradável, enfadonha e pedante na maioria das vezes. O povão sabe o que dói na pele: a desigualdade social. E as mulheres não precisam de que nenhum intelectual politicamente correto lhes abra os olhos para verem a existência do desprezo a elas. O povão não é idiota. Vai continuar ouvindo Leci Brandão e Belo, porque eles possuem a linguagem do diálogo popular dos amores mal correspondidos e das dores de cotovelo dessa vida. Outros cotovelos doem por isso, não é mesmo? (M.S.A.J., socióloga, Belo Horizonte, Mg In: Folha de São Paulo, 31 de março de 2005)
    Carta do leitor 2
2 - Sou deficiente visual e leio a Folha pela internet por meio de um programa de síntese de voz. Gostaria de manifestar minha indignação em relação à coluna de Danuza Leão de 13/2. Fiquei profundamente chateada e decepcionada com o texto. Nele, as pessoas com deficiências são vistas como essencialmente dependentes, necessitadas de cuidados especiais e incapazes de se relacionarem com outras em pé de igualdade. Quanto preconceito não é? Hoje em dia, muito se tem falado sobre a autonomia dessas pessoas e sobre a possibilidade de elas exercerem plenamente a condição de cidadania, já que possuem direitos e deveres semelhantes aos de qualquer indivíduo. Entretanto, o artigo contraria esse princípio, reforçando estigmas e generalizações equivocadas. Em um dado momento, a autora afirma nunca ter se deparado com um casal formado por uma mulher com deficiência e um homem sem deficiência. Certamente ela deve conhecer muito pouco sobre esse universo, já que existem vários casais assim compostos. Mas a questão central não está na existência deles, e sim na concepção subjacente ao texto! É bem possível que, em um relacionamento, a pessoa com deficiência seja mais independente e mais provedora do que aquela dita "normal". Por que não? Mas a discussão da autora não alcança essa possibilidade e fica restrita ao nível dos rótulos baseados no senso comum! (F.F.G.B. Campinas, SP. In: Folha de São Paulo, 16 de fevereiro de 2005.)
       Carta do leitor 3
3 - O colunista Luiz Nassif deixou de lado o que sabe, ou deveria saber, para escrever seu artigo sobre a ameaça do racismo negro (Racismo negro, 4/3). Ele esqueceu os dados oficiais que já demonstraram, faz tempo, a imagem de que somos uma democracia racial onde, 70% dos pobres negros, há evidência de racismo, ou será que ele defende que os negros são culpados pela situação em que se encontram? Precisamos, e há muita gente trabalhando seriamente nesta direção, de ações concretas, governamentais ou não. Conversa de botequim, portanto, não ajuda nada.Sugiro que da próxima vez ele trate o assunto mostrando dados econômicos dos negros, o quanto isso custa ao país e ao nosso desenvolvimento. Se um dia a conversa do botequim for outra, quem sabe a convivência entre brancos e negros possa se dar também em outras esferas (universidades, jornais,empresas, governos...), em um país racialmente democrático, que transforma nossas diferenças num grande país ativo,  e não em desigualdades intoleráveis? (R.B. São Paulo, In: Folha de São Paulo, 7 de março de 2005.)
2º Momento -  atividade em dupla (ou grupos de 3 ou quatro)
Análise compreensiva /interpretativa do texto
Após a leitura silenciosa, procede-se a análise compreensiva e interpretativa






do texto, a partir das questões abaixo. As respostas devem ser registradas no caderno e, posteriormente, corrigidas oralmente com o grupo.
1- Que tipo de preconceito é abordado em cada carta?
2 - Quem são seus remetentes?
3) E quem são seus destinatários?
3- Vocês sabem quem são Tom Zé; Leci Brandão; Belo; Danuza Leão; Luiz Nassif? 
(Obs.: provavelmente os alunos não conhecem estas pessoas, por isso, no laboratório de informática, pelo Google, oriente-os a fazer uma breve pesquisa sobre elas.)                                          
4- Quais são as características destes textos? São narrativos, descritivos, ou de opinião?
5- Qual é a função comunicativa destas cartas?
6- Em que espaço do jornal são publicadas?
7- Em que datas os textos sobre o racismo foram publicados?
8 - Os autores das cartas concordam ou discordam da opinião dos textos sobre racismo, publicados no jornal? Justifique sua resposta.



9 - Que argumentos os leitores - autores das cartas - usam para sustentar suas opiniões? Separe, em colunas, os argumentos apresentados em cada uma das cartas. 
                                                                Argumentos dos autores
       Carta 1
             Carta 2
           Carta 3
10 - Você concorda com a opinião dos leitores que escreveram as cartas? Argumente.   
3º Momento - Socialização das respostas
Turma em círculo
As duplas (ou grupos) socializam as respostas e o professor, a partir das respostas, instiga a turma a concluir e a sistematizar o conceito do gênero carta do leitor.
Atividade 4 - Produção de Texto: gênero carta do leitor
Leitura do jornal escolar
Depois da leitura, os alunos, em grupo, escrevem uma carta sobre determinada notícia ou reportagem, opinando sobre o assunto.
Professor, se em sua escola já circula um jornal, use-o em sala de aula e, a partir da leitura de notícias e reportagens, oriente seus alunos a escreverem uma carta para o jornal, opinando sobre uma das notícias, reportagens ou outras seções. Após a produção da carta, você faz a correção e pede a eles que escrevam a versão final, para que sejam selecionadas algumas para serem publicadas na próxima edição do jornal. 




Recursos Complementares
Sugestão para o professor de artigo acadêmico sobre o gênero carta do leitor usado como recurso de ensino, disponível em:
Oriente seus alunos para a leitura de cartas dos leitores produzidas por outros a





















alunos, na 15ª edição do jornal escolar, no endereço:










Avaliação
Os alunos serão avaliados pela participação e envolvimento nas atividades. O professor verificará principalmente se foram capazes de identificar as características próprias do gênero textual em estudo, sua função comunicativa






























e seu contexto de uso. Já as produções serão entregues ao professor que fará a correção, devolvendo-as aos alunos, para serem reescritas, se necessário. Após a reescritura das cartas, eles escolhem aquelas que devem ser publicadas no jornal da escola para leitura de todos. 

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