sábado, 10 de março de 2012

Poesia Passarinho Fofoqueiro , jacaré e outras de José Paulo Paes

Passarinho fofoqueiro


Um passarinho me contou
que a ostra é muito fechada,
que a cobra émuito enrolada,
que a arara é uma cabeça oca,
e que o leão marinho e a foca..
xô , passarinho! chega de fofoca!

José Paulo Paes

Chatice
Jacaré,
larga do meu pé
deixa de ser chato!
Se você tem fome,
então vê se come
só o meu sapato,
e larga do meu pé,
e volta pro seu mato,
jacaré.

Cadê
Nossa! que escuro!
Cadê a luz?
Dedo apagou.
Cadê o dedo?
Entrou no nariz.
Cadê o nariz?
Dando um espirro.
Cadê o o espirro?
Ficou no lenço.
Cadê o lenço?
Dentro do bolso.
Cadê o bolso?
Foi com a calça.
Cadê a calça?
No guarda-roupa.
Cadê o guarda-roupa?
Fechado a chave.
Cadê a chave?
Homem levou.
Cadê o homem?
Está dormindo
de luz apagada.
Nossa! que escuro!


♥♥♥


Gato da China
Era uma vez
um gato chinês


que morava em Xangai
sem mãe e sem pai,


que sorria amarelo
para o Rio Amarelo,


com seu olhos puxados,
um pra cada lado.


Era um gato mais preto
que tinha nanquim,


de bigodes compridos
feito mandarim,


que quando espirrava
só fazia "chin!"


Era um gato esquisito:
comia com palitos


e quando tinha fome
miava "ming-au!"


mas lambia o mingau
com sua língua de pau.


Não era um bicho mau
esse gato chinês,


era até legal.
Quer que eu conte outra vez?


♥♥♥


Paraíso
Se esta rua fosse minha,
eu mandava ladrilhar,
não para automóveis matar gente,
mas para criança brincar.


Se esta mata fosse minha,
eu não deixava derrubar.
Se cortarem todas as árvores,
onde é que os pássaros vão morar?


Se este rio fosse meu,
eu não deixava poluir.
Joguem esgotos noutra parte,
que os peixes moram aqui.


Se este mundo fosse meu,
Eu fazia tantas mudanças
Que ele seria um paraíso
De bichos, plantas e crianças.


♥♥♥


Cemitério
Aqui jaz um leão
chamado Augusto.
Deu um urro tão forte,
mas um urro tão forte,
que morreu de susto.


Aqui jaz uma pulga
chamada Cida.
Desgostosa da vida,
tomou inseticida:
Era uma pulga suiCida.


Aqui jaz um morcego
que morreu de amor
por outro morcego.
Desse amor arrenego:
amor cego, o de morcego!


Neste túmulo vazio
jaz um bicho sem nome.
Bicho mais impróprio!
tinha tanta fome,
que comeu-se a si próprio.

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